quarta-feira, 4 de agosto de 2021

O primeiro dia

Era uma manhã quente de fevereiro. Mas tinha um friozinho dentro da minha barriga que insistia em gelar. Eu acordei, tomei banho, escovei os dentes, tomei café e fiquei pensando em como meu dia seria diferente.

Eu me lembro direitinho da voz da minha mãe me apressando porque eu ainda estava atrapalhado com tanto material escolar. Ela amarrou os meus tênis e disse que estava tudo ok.

O caminho da escola era agitado. Entre tantos adultos, havia muitas crianças que, como eu, estavam começando o ano escolar naquele dia. Tinha conversas, risos, brincadeiras, mas também tinha choro. Eu arregalava os olhos e a minha mãe passava a mão na minha cabeça e dava uma piscadinha que significava “Tá tudo bem!”.

Depois do beijo de despedida no portão, era só eu. Eu naquele imenso pátio da escola, cheio de crianças. Umas mais velhas, outras mais novas. Algumas professoras nos davam as boas-vindas, outras ajudavam com as mochilas pesadas.

Na sala de aula, não se falava muito, todo mundo era quieto porque tudo era novidade. Depois que todos se apresentaram, a professora Camila nos levou ao pátio para brincar e nos conhecermos melhor.

Lembro bem daquele dia, das brincadeiras e de como nos divertimos com as cantigas “Ciranda, cirandinha”, “A barata diz que tem”, “Marcha soldado” e outras brincadeiras que nos deixavam muito eufóricos, pega-pega, pique-bandeira, cabra-cega, mãe da rua...

Os risos de alegria me acalmaram e eu percebi que minha vida ia ser diferente mesmo e muito mais legal.